Maré baixa transforma Ilha do Japonês em estrada natural e atrai multidões em Cabo Frio

Entenda o que causa essa mudança, o que dizem os especialistas e como isso impacta o turismo local
A Ilha do Japônes é um dos cartões postais de Cabo Frio
Foto: Mari Ricci/ SECOM 

A paisagem da Ilha do Japonês, um dos principais cartões-postais de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, é radicalmente transformada por um fenômeno natural impressionante: a maré baixa a níveis tão extremos que permiti a travessia do canal que separa a ilha até de bicicleta.

O cenário, normalmente composto por águas rasas e cristalinas, da lugar a uma extensa faixa de areia exposta, criando uma espécie de estrada natural que encanta os visitantes. Centenas de pessoas aproveitam para caminhar, pedalar e registrar o momento.

O que causou o fenômeno?

Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Cabo Frio, o fenômeno é resultado de um ciclo natural de marés, intensificado por fatores climáticos como a influência da lua cheia e ventos predominantes na região. Embora incomum, esse tipo de maré baixa extrema não representa risco ambiental, de acordo com especialistas consultados pelo pelo G1.

O secretário Jailton Nogueira explicou que não há motivo para preocupação: “Esse tipo de variação ocorre de tempos em tempos e faz parte do equilíbrio natural da região. A fauna e a flora locais estão adaptadas a essas mudanças”, afirmou.

Ilha do Japonês, atração turística de Cabo Frio, ficou mais seca que o normal e visual chamou a atenção
Foto: Mari Ricci/ SECOM 

 

Impacto no turismo e na economia local

O fenômeno teve um efeito imediato no turismo. Com a viralização das imagens nas redes sociais, a Ilha do Japonês recebe um número recorde de visitantes. Hotéis, pousadas e restaurantes da região relatam aumento na procura por hospedagem e reservas.

“Nunca vimos nada igual. As pessoas estavam atravessando com carrinhos de bebê, bicicletas e até cadeiras de praia. Foi surreal”, disse Marina Lopes, comerciante local que vende água de coco e petiscos na orla.

Além do impacto econômico positivo, o fenômeno também reacendeu o debate sobre a preservação ambiental da Ilha do Japonês, que já sofre com excesso de visitantes em feriados e fins de semana.

O que dizem os especialistas?

Oceanógrafos e ambientalistas reforçam que eventos como esse são raros, mas naturais. A maré baixa extrema pode ocorrer em determinadas épocas do ano, especialmente quando há combinação de fatores como pressão atmosférica, ventos e fases da lua.

“É importante que a população entenda que não se trata de uma seca ou de um problema ambiental. É um fenômeno cíclico, que inclusive pode ser previsto com base em dados meteorológicos e marítimos”, explicou o oceanógrafo Luiz Fernando Costa, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

Precauções e cuidados para os visitantes

Apesar do espetáculo natural, autoridades locais alertam para alguns cuidados. A travessia, embora segura em maré baixa, pode se tornar perigosa com o retorno da maré. É fundamental respeitar os horários indicados pelas placas informativas e seguir orientações dos guarda-vidas.

Além disso, o aumento repentino de visitantes exige atenção redobrada com o lixo e o impacto ambiental. A prefeitura reforçou a presença de equipes de limpeza e fiscalização para garantir que a beleza do local seja preservada.

Como visitar a Ilha do Japonês com segurança

Se você pretende visitar a Ilha do Japonês nos próximos dias, aqui vão algumas dicas:

  • Consulte a tábua de marés antes de planejar sua travessia.
  • Evite horários de pico e leve sacolas para recolher seu lixo.
  • Use protetor solar, chapéu e leve água para se hidratar.
  • Não leve animais domésticos, pois o local é área de preservação ambiental.
  • Respeite os limites de circulação e não destrua a vegetação nativa.

Um fenômeno que emociona e conecta com a natureza

Mais do que uma curiosidade científica, o fenômeno da maré baixa na Ilha do Japonês emociona moradores e turistas. Muitos relatam sensação de paz, conexão com a natureza e gratidão por testemunhar algo tão raro.

“Foi como caminhar sobre o mar. Nunca imaginei que poderia atravessar até a ilha com minha bicicleta. Me senti parte da paisagem”, disse João Ricardo, turista de Belo Horizonte.

Esse tipo de experiência reforça a importância de valorizar e preservar os tesouros naturais do Brasil, que surpreendem e encantam mesmo os mais experientes viajantes.

O fenômeno da maré baixa extrema na Ilha do Japonês é um lembrete poderoso da força e da beleza da natureza. Ao mesmo tempo em que encanta e atrai visitantes, exige responsabilidade e respeito com o meio ambiente.

Se você estiver em Cabo Frio ou planeja visitar a região, aproveite para conhecer esse espetáculo natural — mas faça isso com consciência e cuidado. Afinal, preservar é garantir que momentos como esse possam ser vividos por muitas gerações.


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