Rinha de Galo em Araruama: operação policial desmantela arena clandestina

Mais de 80 pessoas são conduzidas à delegacia, 40 animais resgatados e armas apreendidas em sítio de São Vicente

Polícia em rinha de galo
Imagem ilustrativa

Em uma ação de grande repercussão na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, **policiais civis da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA)** realizaram, no sábado (11), uma operação para cercar e desmontar uma rinha de galo organizada em um sítio do distrito de São Vicente, município de Araruama. A mobilização resultou na condução de mais de 80 pessoas à delegacia, no resgate de 40 animais com sinais de ferimentos, além da apreensão de armas de fogo e a prisão de indivíduos com mandados em aberto.

Operação, estrutura e flagrante

Segundo relatos das investigações, o evento ilegal funcionava como um campeonato de rinhas, com uma estrutura profissionalizada: arena central para lutas, arquibancadas para o público e uma tabela visível para formalização de apostas entre os presentes. 

O local foi identificado após trabalho de inteligência e monitoramento da DPMA, que descobriu que tais torneios vinham sendo promovidos com frequência.  No momento do flagrante, havia cerca de 90 pessoas (incluindo organizadores, apostadores e espectadores) no local — todas foram conduzidas para prestar depoimento. 

Das mais de 80 pessoas envolvidas, 24 acabaram presas em flagrante pelos crimes de maus-tratos a animais, associação criminosa e contravenção relacionada a jogos de azar. Também foram detidos dois homens por porte ilegal de arma, e contra um dos envolvidos havia mandado de prisão por tentativa de homicídio cometido no início deste ano em Búzios. 

Resgate dos animais e condição de saúde

No desenrolar da operação, foram resgatados **40 galos**, muitos dos quais apresentavam lesões visíveis e marcas compatíveis com violência associada às lutas. Os animais foram encaminhados para avaliação veterinária e receberão os cuidados necessários. Posteriormente, devem ser destinados a abrigos ou instituições que atuam no acolhimento de animais resgatados de situações de maus-tratos. 

Apreensões, mandados e perfis dos envolvidos

Além dos animais, durante a ação policial foram apreendidas **duas armas de fogo**, reforçando o caráter potencialmente violento e organizado da rinha clandestina.  Um dos detidos já respondia a acusação de tentativa de homicídio cometido em Búzios, e sobre ele havia mandado de prisão em aberto.  As autoridades ainda investigam se há outros mandados ou conexões relacionadas ao evento. 

Contexto legal e repressão às rinhas no Brasil

As rinhas de galo são expressamente proibidas pela legislação brasileira, enquadrando-se como crime de maus-tratos a animais segundo a Lei nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais). A prática envolve sofrimento animal, lesões graves e risco à integridade física dos envolvidos, configurando crime punível com pena de detenção e multa. Muitas vezes, está combinada a outras práticas ilícitas, como apostas ilegais e tráfico de animais.

Ao longo dos últimos anos, operações pontuais em diferentes estados têm tentado frear esse tipo de evento clandestino. No entanto, muitas rinhas seguem ocultas, com articulações locais e uso de áreas rurais isoladas para fugir da fiscalização.

Impactos sociais, éticos e ambientais

Além da crueldade contra os animais, esse tipo de evento clandestino traz implicações negativas para as comunidades locais: risco de violência, circulação de armas, incentivo ao crime organizado e danos à imagem dos municípios envolvidos. Ao mesmo tempo, levanta debates éticos profundos sobre a relação entre humanos e animais, e sobre o grau de tolerância da sociedade para práticas que implicam sofrimento.

É essencial que a população atue com consciência — evitando participar, estimular ou se envolver em apostas ilegais. Denúncias anônimas às autoridades ambientais e policiais são instrumentos importantes para coibir essas práticas.

O que fazer diante de uma rinha de galo clandestina?

  • Notificar a polícia local ou a unidade ambiental de sua cidade;
  • Registrar, se possível, fotos ou vídeos (respeitando sua segurança e evitando confrontos diretos);
  • Colaborar com as investigações — disponibilizando informações úteis;
  • Divulgar campanhas de conscientização sobre maus-tratos animais na sua região.

Repercussão local e expectativa de investigações futuras

Em Araruama e região, a ação já repercute como um marco — demonstrando que, mesmo em territórios rurais, a fiscalização consegue romper barreiras de distância e atuar com efetividade. A Polícia Civil e o Ministério Público tendem a aprofundar a investigação para identificar redes que promovem ou lucram com rinhas de galo, bem como possíveis conexões com apostas online ou organizadores que contavam com apoio logístico local.

Para os envolvidos que foram liberados sob investigação, seguem pendentes depoimentos, perícias e possíveis medidas judiciais. Quanto aos animais resgatados, espera-se que sejam encaminhados para instituições especializadas com estrutura para recuperação e abrigo.

Como este tipo de ação fortalece cidadania e proteção animal

Uma operação como essa tem um valor simbólico e prático: reafirma o papel das instituições no combate a crimes ambientais e fortalece normas de proteção animal. Serve também como alerta para a sociedade de que práticas cruéis e ilegais — mesmo discretas — não ficarão impunes.

Se cada cidadão adotar uma postura ativa e denunciar irregularidades, o ambiente se torna menos tolerante ao crime e mais sensível à dignidade de seres vivos.

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Fontes: G1 e O São Gonçalo 

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